Quando o profissional de marketing recebe a incumbência de falar de sustentabilidade para os clientes de uma empresa, à primeira vista parece que é apenas um novo enfoque. Entretanto, falar de sustentabilidade é muito diferente de comunicar estilo ou conveniência. Entenda por quê e como agir.
1. O problema é grande, sério e de todos
A sustentabilidade se tornou um assunto relevante quando percebemos que a vida humana está ameaçada no longo prazo, já que nossas ações estão alterando as condições ambientais que permitem a vida humana na terra. O livro Primavera Silenciosa, da Rachel Carson, escrito em 1962, costuma ser apontado como o marco inicial do movimento.
Desde lá, o movimento não parou de crescer. Além de acordos intergovernamentais e discussões empresariais, um grupo crescente de pessoas está seriamente preocupado com o assunto e toma decisões pensando nisso, como demonstra o estudo The Aspirationals.
Essas mudanças de comportamento incluem desde uma pessoa que adota a bicicleta no dia-a-dia até o Elon Musk, que empreendeu a Tesla, uma fábrica de carros esportivos elétricos no Vale do Silício.
2. O consumidor socioambiental é exigente
Por ser bem informado e exigente com suas próprias ações, o consumidor socioambiental também tem altas expectativas em relação às empresas que se dizem preocupadas com o assunto. Por isso, é comum ele buscar informações sobre a empresa e seus produtos, premiar as empresas coerentes por meio do seu dinheiro e não só deixar de comprar como falar mal daquelas empresas que prometem mas não cumprem. Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu para o consumo consciente, aprofunda vários desses pontos no artigo: Empresas e consumidores no esforço de sustentabilidade.
3. Informação correta é fundamental
Pensando nisso, para evitar que a comunicação traga efeitos indesejados, é fundamental conhecer os impactos e benefícios dos produtos e operações da sua empresa antes de falar sobre algo supostamente sustentável.
Mesmo não sendo um especialista da área, é importante que o profissional de marketing questione os colegas de produto e operações para entender os impactos socioambientais. .
4. Foco no que é relevante
Com o resultado acima em mãos, fica fácil entender o foco adequado da comunicação. A escolha deve se basear no que for relevante para o setor, nos pontos em que a empresa é diferente das demais e nos coisas que faz que são muito melhores que a média. Além de chamar atenção de potenciais consumidores, essa escolha provoca um senso de pertencimento no público alvo, aumenta as chances de gerar repercussão gratuita na mídia e protege a empresa de repercussões negativas indesejadas.
5. Conteúdo e forma
Além de se preocupar com o conteúdo, pense na sustentabilidade da comunicação. Materiais reusados ou com uma história inspiradora ganham pontos. Lixo e poluição visual jogam contra. Veja mais dicas e exemplos neste guia de Comunicação e Sustentabilidade desenvolvido pelo CEBDS.
6. Não precisa ser chato
A ideia de que toda pessoa que se importa com sustentabilidade é um ecochato é equivocada. Como todo mundo, este público adora histórias inspiradoras e com bom humor. Como marqueteiro, esta é sua praia. Aproveite!
Fonte: Curupira